quarta-feira, 10 de março de 2010

A Função do Tutor

Em tempos contemporâneos, sabemos que o tutor é um dos responsáveis direto pelo aprendizado dos alunos que estão cursando um ensino à distância, no entanto inúmeras atribuições são lhe conferidas, podendo assim o tutor estar cada vez mais atuante no enriquecimento do aprendizado do aluno, friso que o tutor deve agir principalmente em suas funções primordiais e de maneira alguma exceder uma hierarquia determinada por um corpo docente, tendo em vista que a função tutorial é acompanhar o aprendizado do aluno, oferecer soluções, evitar oferecer a resposta propriamente dita, pois assim estaremos prejudicando o aprendizado do aluno, neste conceito observa-se que há muitos equívocos de ambas as partes, alguns alunos entendem que o tutor presencial deve ensinar de forma efetiva o conteúdo do curso, alguns tutores acabam absorvendo esta atribuição a qual não é sua única responsabilidade, tais práticas podem comprometer o bom ensino, desta forma o tutor deve estar em constante aperfeiçoamento, para que assim tenhamos tutores qualificados e aptos a exercem suas funções.

Edith Litwin (2001:99) destaca ainda que quem é um bom docente será também um bom tutor. Um bom docente “cria propostas de atividades para a reflexão, apóia sua resolução, sugere fontes de informação alternativas, oferece explicações, facilita os processos de compreensão; isto é, guia, orienta, apóia, e nisso consiste o seu ensino”. Da mesma forma, o bom tutor deve promover a realização de atividades e apoiar sua resolução, e não apenas mostrar a resposta correta; oferecer novas fontes de informação e favorecer sua compreensão. “Guiar, orientar, apoiar” devem se referir à promoção de uma compreensão profunda, e estes atos são responsabilidade tanto do docente no ambiente presencial como do tutor na modalidade à distância.

Sob a ótica em que o tutor seja um dos principais elementos educacionais, entende-se que o tutor deve agregar um pouco de cada função já definida, assim o tutor como parte do sistema deve apresentar aos seus alunos confiabilidade pela metodologia, acompanhar o desenvolvimento do aluno, apresentar alternativas para conclusão de atividades, estarem dispostos a incentivar o aluno em suas dificuldades, demonstrar situações do material teórico e utilizar analogias, ser os olhos e ouvidos dos alunos, o sucesso de um tutor está no desempenho de um aluno.

Os tutores devem manter elos com seus monitores ou tutores a distância, para que os mesmos auxiliem nas dúvidas dos alunos e que assim possam acelerar o feedback e assim amenizar dúvidas decorrentes ao longo do curso, ser conhecedor da parte de manutenção dos sistemas, oferecer suporte técnico e auxiliar nas utilizações e configurações de softwares poderão ajudar no aprendizado do aluno, em alguns casos situações simples de serem resolvidas acabam prejudicando o ensino em um determinado momento, é neste instante que muitos tutores acabam deixando de colaborar pelo simples fato de entender que a função tutorial limita-se apenas no acompanhamento do aluno. “Usar a tecnologia para aprender exige mais do que conhecer um software ou do que se sentir à vontade com o hardware utilizado” (Palloff; Pratt, 2002:109).

Fazendo parte do sistema de gestão de aprendizagem é conferido ao tutor observar as freqüências dos alunos na plataforma, verificarem sua participação, para que assim demonstre interesse em acompanhar o aluno, muitas vezes verificar as insuficiências dos alunos na participação, o não cumprimento das atividades no cronograma proposto, nestes casos o tutor  pode intermediar e aproximar do aluno buscando os motivos do não cumprimento de suas atividades, isto pode ser a chave de sua permanência no curso a distância.

Quanto as mídias é nítido que o tutor deve conhecer as diferentes maneiras de comunicação que serão utilizadas durante o curso, não adianta um tutor extremamente competente falando de EaD e não conhecer a internet, assim entendo que a comunicação é fundamental no EaD, utilização de e-mails, CDs, DVDs, cd-rom, arquivos em doc, pdf, HTML, devem ser de conhecimento dos tutores, não esquecendo que os conteúdos pedagógicos do curso são apresentados por estes formatos já citados acima e que serão os administradores que optarão pela utilização dos melhores formatos e equipamentos a serem utilizados, mais uma vez afixamos a idéia de que o tutor deve ter conhecimento tecnológico apurado, com o tutor mal informado, o aluno fica a mercê de sua própria competência ou auxilio de um outro profissional, o que é agravante para o tutor.

O tutor deve estar acompanhando o suporte administrativo constantemente, estar interessado em saber a situação em que o aluno se encontra, saber se o aluno está matriculado regularmente, sugerir referências bibliográficas nas futuras aquisições de livros e principalmente acompanhar a publicação das notas de seus alunos no ambiente, neste quesito é necessário cautela, pois sabemos que o sistema algumas vezes é falho ou acaba atrasando, o tutor estando acompanhando a plataforma é garantia de que não tenhamos alunos prejudicados pela falta da publicação das notas, em alguns casos o aluno está dependendo de uma determinada nota para que assim definitivamente tenha a certeza de estar na prova final ou substitutiva, neste aspecto o tutor estando atento e detectando este problema o quanto antes, o mesmo entrará em contato com o suporte administrativo e buscar esclarecimentos do ocorrido fazendo assim com que os alunos se mantenham calmos ou que pelo menos saciem suas ansiedades.

Nestas características que citei ao longo do texto a respeito do tutor, acredito que o tutor que possui esta bagagem será competente e qualificado a exercer sua função com segurança, assim volto a afirmar que ser tutor presencial não é uma tarefa simples, ainda mais na modalidade EaD, onde não há um acompanhamento direto do professor com o aluno num mesmo ambiente físico, neste sentido a presença do tutor qualificado além de quebrar o paradigma do ensino tradicional estará desempenhando papel fundamental no ensino deste aluno, compete ao tutor colaborar de forma efetiva para o ensino do aluno.

Pensava-se desta forma quando “ensinar” era sinônimo de transmitir informações, ou de estimular o aparecimento de determinadas condutas. Nesse contexto, a tarefa do tutor consistia em assegurar o cumprimento dos objetivos, servindo de apoio ao programa (Litwin, 2001).

A idéia de guia é a que aparece com maior força na definição da tarefa do tutor. Podemos definir tutor como o “guia, protetor ou defensor de alguém em qualquer aspecto”, enquanto o professor é alguém que “ensina qualquer coisa” (Litwin, 2001:93). A palavra professor procede da palavra “professore”, que significa “aquele que ensina ou professa um saber” (Alves; Nova, 2003).

Assim concluo que o tutor deve agregar o máximo de competências para realizar um ótimo trabalho, conhecer um pouquinho de cada parte do sistema de ensino ajudará na evolução do aluno a distância, e nestas características acredito que tenhamos um ensino de qualidade e de sucesso.


Referências Bibliográficas:

LITWIN, Edith (org). Educação a Distância: Temas para Debate de uma Nova Agenda Educativa. Porto Alegre, Artmed, 2001.


ALVES, Lynn; NOVA, Cristiane. Educação a Distância: Uma Nova Concepção de Aprendizagem e Interatividade. São Paulo, Futura, 2003.


PALLOFF, Rena; PRATT, Keith. Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespaço. Porto Alegre, Artmed, 2002.

Tecnologia

Ao longo da história notamos como a metodologia EaD foi inovadora, vimos que os materiais didáticos eram enviados por meios de cartas, telegramas, fitas cassete, fax, telefone, etc., nos tempos atuais temos destacado a velocidade do acesso as informações, que vão desde o simples envio de e-mails até as bibliotecas eletrônicas.


Assim, voltamos no tempo e recordamos do ensino por correspondências, nesta época o material didático era bem simples, o recebimento do material e a comunicação com o professor era muito demorado, na década de 60 começaram a ser introduzidas multimídias no processo ensino/aprendizagem, na década de 80 surgiram à integração das telecomunicações e da informática como tecnologias educativas e em tempos atuais temos o ensino pela internet, onde a lentidão do feedback foram quase extintas.


A tecnologia proporciona ao tutor um campo extenso para aplicar e contribuir no ensino dos alunos, porém, este deve dominar os recursos tecnológicos. O tutor deve utilizar os recursos tecnológicos durante o curso de acordo com a disciplina aplicada, a utilização das ferramentas síncronas e assíncronas são ferramentas importantes para os tutores.


Entende-se que a comunicação síncrona são ferramentas que possibilitam que as pessoas comuniquem-se em tempo real, ou seja, o tutor pode promover utilização de um chat com o horário definido para ser iniciado, pois o conteúdo do chat não fica registrado para uma posterior leitura, diferente da comunicação assíncrona onde o receptor recebe a informação num tempo posterior. A maneira tradicional de comunicação assíncrona na internet é o uso do correio eletrônico, onde o emissor envia mensagem e esta fica num computador (provedor, quando o receptor se conecta ele acessa o seu endereço eletrônico e recebe mensagens).


“... em função da gama de ferramentas disponíveis nos softwares, os alunos além de ficarem mais motivados, tornam-se mais criativos. Os alunos se auto-ajudam. Os ambientes tornam-se mais dinâmicos e ativos. Os alunos se sobressaem pelo uso da tecnologia costumam ajudar àqueles que estão em dificuldades”. (TAJRA, 2000).


O tutor também pode promover e incentivar a utilização dos fóruns, estes armazenam as mensagens, os participantes que acessam um tópico pela primeira vez podem acompanhar mais facilmente a discussão assim evitando redundâncias e torna mais eficientes as retomadas ao tema, tornando uma discussão com pausas, como se fosse ininterrupta, os fóruns possuem finalidades de promover debates, textos colaborativos, dinâmicas entre outros.


Com o avanço tecnológico foi possível através da internet, realizar reuniões ou encontros virtuais com a possibilidade de compartilhamento de voz, vídeo, textos e arquivos via web, esta ferramenta chamada webconferências deve ser aliada ao tutor, pois este deve utilizar a ferramenta para auxilio aos alunos em suas dúvidas, temos ainda a vantagem, que o aluno e o professor não precisam estar em um mesmo ambiente físico para realizarem a webconferência, recurso muito importante aos cursos à distância.


Com os recursos tecnológicos e suas diversas ferramentas, cabe ao tutor devidamente capacitado, optar por suas ferramentas tecnológicas e contribuir para o melhor desempenho e aprendizado do aluno, nesta gama de recursos tecnológicos, ainda sim é importante dizer que lado humanístico é insubstituível no processo ensino/aprendizado, assim para que tenhamos alunos motivados, realizados, capacitados é necessário que haja uma mescla e equilíbrio nas formas do ensino, das quais o tutor deve manuseá-las para o sucesso de todo um curso.


“... o papel do educador não é criar o conhecimento, mas sim levar seu aluno pela mão pelo caminho do saber, indicando a ele onde deve parar e como cavar para encontrar o tesouro que irá ajudá-lo em seu desenvolvimento intelectual”. Assim o educando é o protagonista e o educador é um facilitador. (BRITO, 1998).

Recursos Tecnológicos

Os recursos tecnológicos na educação à distância são ferramentas importantes para o bom desenvolvimento dos cursos, quando falamos na palavra “distância” dá entender que são objetos separados ou distantes entre si, porém no EaD a comunicação deve ser constante, o curso é a distância, mas para quem faz parte do corpo docente ou multidisciplinar estes atuam freqüentemente.

A comunicação por e-mails garante a velocidade da informação, tudo o que um curso a distância necessita, falando dos benefícios que isto proporciona ao tutor podemos citar além da fácil comunicação a utilização de ferramentas como questionários, webquests, enquetes, fóruns, etc., estas ferramentas podem estimular e incentivar os alunos na criação de debates, ensino colaborativo, avaliação autocrítica, pesquisas, entre outros, os meios tecnológicos somam as competências do tutor, não adianta ser um tutor que domine os recursos tecnológicos e não consegue aplicar a didática em seus alunos de forma satisfatória.

Assim entendo que nada substituirá o ensino tradicional, os meios tecnológicos estão disponíveis para serem ferramentas didáticas contribuidores do ensino, tanto é que hoje em dia a tecnologia está sendo implantada nas salas de aula.

Os tutores devem sim proporcionar aos alunos sua melhor didática, afirmo que não adianta os tutores usufruírem dos meios tecnológicos e o método ser o mesmo praticado há anos atrás, temos que ser inovadores do ensino, compartilhar ensino, produzir e não ser um mero repassador de informação.

Nestes aspectos finalizo dizendo que os recursos tecnológicos auxiliam os tutores principalmente na comunicação e na vivência de um aluno, o tutor aproximando do aluno mesmo que virtualmente criará um laço afetivo que manterá o aluno mais confortável durante o curso, assim acredito que o curso a distância por intermédio de grandes tutores tem tudo para ser visto e respeitado como um método de ensino eficaz.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: O QUE É EaD?

É uma forma de proporcionar e fazer educação, por meio da qual vocês e os professores se envolvem em situações de aprendizagem, em espaços e tempos diversos, com apoio das tecnologias de informação e comunicação (TIC), em um processo próprio de construção dos conhecimentos.

(Educação a Distância. Equipe de Produção CEAD/IFES © - 2009)


Fonte: Manual do Estudante Ifes 2009


UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL: O QUE É UAB?

É o nome dado ao projeto criado pelo Ministério da Educação, em 2005, no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação, para a articulação e integração experimental de um sistema nacional de educação superior. Esse sistema, no qual estamos inseridos, é formado por instituições públicas de ensino superior, que levarão ensino superior público de qualidade aos municípios brasileiros que não têm oferta de curso superior ou cujos cursos ofertados não são suficientes para atender à demanda.

A rede nacional experimental que articula a UAB possui o Sistema Universidade Aberta do Brasil. Essa rede está voltada para a pesquisa e para a educação superior (compreendendo formação inicial e continuada), sendo formada pelo conjunto de instituições públicas de ensino superior, em articulação e integração com o conjunto de pólos municipais de apoio presencial.

Você pode conhecer mais sobre a UAB, acessando o site:

http://www.uab.mec.gov.br

Fonte: Manual do Estudante Ifes 2009

Pólos Municipais

O ponto de encontro presencial é o Pólo Municipal, espaço físico reservado para atendimento aos alunos pelos tutores presenciais e de laboratório, assim como para a execução descentralizada de algumas das funções didático-administrativas. Esses espaços são mantidos com o apoio dos governos municipais e estaduais.

(Pólo Municipal de Afonso Cláudio)

Nos pólos você encontrará laboratórios de ensino e pesquisa, laboratórios de informática, biblioteca e recursos tecnológicos, entre outros, compatíveis com os cursos ofertados.

Os Recursos Humanos referentes à equipe técnica e administrativa do Pólo são:

Coordenador de Pólo de apoio Presencial: responsável pela administração e gestão acadêmica do pólo;

Técnico em Informática: responsável pela manutenção e assistência aos equipamentos de informática;

Bibliotecário (a): responsável pela organização, pelo armazenamento e pela divulgação do acervo, visando otimizar o uso do material bibliográfico e especial, além de proporcionar serviços bibliográficos e de informação;

Tutor Presencial: responsável pelos encontros presenciais obrigatórios no Pólo;

Tutor para Laboratório Pedagógico de Ensino: responsável pela orientação das atividades desenvolvidas nos laboratórios pedagógicos de informática dos Pólos.


Fonte: Manual do Estudante Ifes 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A escola que desejamos e seus desafios

José Manuel Moran
Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância

Há um descompasso crescente entre os modelos tradicionais de ensino e as novas possibilidades que a sociedade já desenvolve informalmente e que as tecnologias atuais permitem. A maior parte do que se ensina não é percebido pelos alunos como significativo.Uma boa escola depende fundamentalmente de contar com gestores e educadores bem preparados, remunerados, motivados e que possuam comprovada competência intelectual, emocional, comunicacional e ética. Sem bons gestores e professores nenhum projeto pedagógico será interessante, inovador. Não há tecnologias avançadas que salvem maus profissionais.


São poucos os educadores e gestores pró-ativos, inovadores, que gostam de aprender e que conseguem por em prática o que aprendem. Temos muitos profissionais que preferem repetir modelos, obedecer, seguir padrões, que demoram para avançar. São mais os que adotam uma postura dependente do que os autônomos, criativos, pró-ativos. Sem pessoas autônomas é mito difícil ter uma escola diferente, mais próxima dos alunos que já nasceram com a Internet e o celular.


Uma boa escola precisa de professores mediadores de processos de aprendizagem vivos, criativos, experimentadores, presenciais-virtuais. De professores menos “falantes”, mais orientadores; de menos aulas informativas e mais atividades de pesquisa, experimentação, desafios projetos.


Uma escola que fomente redes de aprendizagem, entre professores e entre alunos; que aprendam com os que estão perto e também longe, conectados, com os mais experientes ajudando aos que têm mais dificuldades.


Uma escola com apoio de grandes bases de dados multimídia, de multi-textos de grande impacto (narrativas, jogos de grande poder de sensibilização), com acesso a muitas formas de pesquisa, de desenvolvimento de projetos.


Uma escola que privilegie a relação com os alunos, a afetividade, a motivação, a aceitação, o reconhecimento das diferenças. Que dê suporte emocional para que os alunos acreditem em si, sejam autônomos, aprendam a analisar situações complexas e a fazer escolhas cada vez mais libertadoras.


Uma escola que se articule efetivamente com os pais (associação de pais), com a comunidade, que incorpore os saberes dela, que preste melhores serviços. A escola pode estender-se fisicamente até os limites da cidade e virtualmente até os limites do mundo. A escola pode integrar os espaços significativos da cidade: museus, centros culturais, cinemas, teatros, parques, praças, ateliês, centros esportivos, centros comerciais, centros produtivos, entre outros. A escola pode trazer as manifestações culturais e artísticas próximas, fazendo dos alunos espectadores críticos e produtores de novos significados e produtos. Pode inserir atividades teóricas com as práticas, a ação com a reflexão. Trazer pessoas com diversas competências para mostrar novas possibilidades vocacionais para os alunos.


A escola e a universidade precisam reaprender a aprender, a serem mais úteis, a prestar serviços mais relevantes à sociedade, a saírem do casulo em que se encontram. A maioria das escolas e universidades se distancia velozmente da sociedade, das demandas atuais. Sobrevivem porque são os espaços obrigatórios e legitimados pelo Estado. Os alunos freqüentam muitas aulas porque são obrigados, não porque sintam que vale a pena. As escolas deficientes e medíocres atrasam o desenvolvimento da sociedade, retardam as mudanças.


A educação poderá tornar-se cada vez mais participativa, democrática, mediada por profissionais competentes. Teremos muitas instituições que optarão por uma postura mais conservadora, que manterão o sistema disciplinar, o foco no conteúdo; mas, mesmo nelas, o ensino-aprendizagem não se fará somente na sala de aula. Haverá maior flexibilidade de tempos, horários e metodologias do que há atualmente. Outras – e esperamos que muitas – caminharão para tornar-se ou continuar sendo organizações democráticas, centradas nos alunos; que desenvolvem situações ricas de aprendizagem, sem asfixiar os alunos, incentivando-os; que desenvolvem valores de colaboração, de cidadania em todos os participantes.


Escolas não conectadas são escolas incompletas (mesmo quando didaticamente avançadas). Alunos sem acesso contínuo às redes digitais estão excluídos de uma parte importante da aprendizagem atual: do acesso à informação variada e disponível on-line, da pesquisa rápida em bases de dados, bibliotecas digitais, portais educacionais; da participação em comunidades de interesse, nos debates e publicações on-line, em fim, da variada oferta de serviços digitais.


Quanto mais tecnologias avançadas, mais a educação precisa de pessoas humanas, evoluídas, competentes, éticas. A sociedade torna-se cada vez mais complexa, pluralista e exige pessoas abertas, criativas, inovadoras, confiáveis. O que faz a diferença no avanço dos países é a qualificação das pessoas. Encontraremos na educação novos caminhos de integração do humano e do tecnológico; do racional, sensorial, emocional e do ético; do presencial e do virtual; da escola, do trabalho e da vida em todas as suas dimensões.


http://www.eca.usp.br/prof/moran/escola.htm